Os principais desafios da previdência complementar no Brasil foram discutidos durante o Seminário Fundos de Pensão, realizado dia 26 de maio, no hotel Royal Tulip Alvorada, em Brasília. Promovido pela revista Brasileiros, em parceria com a Abrapp (Associação Brasileira das Entidades de Previdência Complementar), o evento contou com a participação de dirigentes de fundos de pensão, executivos e especialistas do setor, parlamentares, além do secretário-executivo do Ministério da Previdência Social (MPS) Carlos Eduardo Gabas, do diretor de Políticas e Diretrizes da Secretaria de Previdência Complementar Paulo Cesar dos Santos e da presidente da Anapar, Cláudia Ricaldoni.
Durante o encontro, foi divulgada uma pesquisa, realizada pela Towers Watson, sobre o crescimento dos fundos de pensão nos últimos 10 anos. Os números foram apresentados pela consultora Alessandra Cardoso, representante da multinacional no Brasil. A pesquisa mostra que o setor nacional cresceu 15% entre 2000 e 2010, com capacidade de avançar muito mais. É o país com maior potencial de crescimento nos próximos anos. Segundo a consultora, o total de ativos dos fundos nacionais alcançou os US$ 342 bilhões no ano passado, o equivalente a 17% do produto interno bruto (PIB) brasileiro.
Os 13 maiores mercados
Já os ativos dos 13 maiores mercados mundiais do setor de previdência complementar reuniram US$ 26,5 trilhões no fim de 2010, ou 76% dos PIBs dessa dessas economias. O montante é 12% superior ao de 2009. “O crescimento pode ser explicado pelo bom desempenho dos mercados financeiros de todo o mundo” disse a consultora.
Para o estudo, a Towers Watson colheu dados de fundos de pensões de Austrália, Brasil, Canadá, França, Alemanha, Hong Kong, Suíça, Grã-Bretanha, Estados Unidos, África do Sul, Japão, Holanda e Irlanda. Entre os países pesquisados, apenas três respondem, juntos, por 80% do total de ativos: Estados Unidos (58%), Japão (13%) e Grã-Bretanha (9%).
Passivo contingencial
Durante o primeiro painel O perfil dos fundos como parceiros de alavancagem do desenvolvimento”, o advogado Adacir Reis, especialista em previdência complementar, e o diretor de Políticas e Diretrizes da Secretaria de Previdência Complementar do Ministério da Previdência Paulo Cesar dos Santos lembraram os avanços conquistados pelo setor a partir de 2003, mas reconheceram a necessidade de aperfeiçoamento do sistema.
Os dois palestrantes mostraram preocupação com o grande número de ações judiciais envolvendo fundos de pensão e participantes. “Existe uma avidez pelo dinheiro dos fundos, mas esse dinheiro pertence aos participantes”, frisou o diretor da SPPC.
Bons ventos
Já no painel Oportunidades que o Brasil Oferece – Os Grandes Nichos, o vice-presidente da Abrapp José Ribeiro Pena Neto, afirmou que o Brasil tem um longo caminho a percorrer no segmento de previdência e um bom espaço para crescer. Ele criticou a fama de “ricos” atribuída aos fundos de pensão e fez questão de ressaltar que o patrimônio dessas entidades pertence aos participantes. “Quando há um superávit, ele não é nenhum dinheiro que vamos colocar no bolso sem responsabilidades. Temos 6,2 milhões de pessoas e nós existimos para beneficiar todas elas”, reforçou.
Também participaram desse painel o Diretor de Investimentos da Previ René Sanda e o presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (patrocinadora da Postalis) Wagner Pinheiro de Oliveira. (Funcef/AssPreviSite)