O ano de 2010 mal começou e aposentados de todo o país já iniciam mobilizações Brasil afora visando chamar atenção para a causa. No último dia 24, um abraço em torno da Basílica de Nossa Senhora Aparecida, depois uma paralisação trancando a Via Dutra, além de um abraço em torno da Igreja do Bonfim, em Salvador já dão sinal de luta dos aposentados; luta necessária neste ano para que o Congresso vote o reajuste de 7,7% pedido pela Confederação dos Aposentados do Brasil onde articulações governamentais fizeram com que o projeto fosse adiado na Câmara dos Deputados.
O reajuste de 6,24% nas aposentadorias maiores que um salário mínimo, concedido após Medida Provisória do governo federal, descontentou aposentados de todo o país que esperavam, ao menos, algo que se comparasse ao reajuste do salário mínimo, de 10%.

Porém, a Cobap pretende utilizar-se do fato de 2010 ser um ano eleitoral para pressionar de forma mais forte deputados e senadores, para que votem projetos em favor da classe. “Esse ano é ano que os políticos se tornam mais sensíveis”, afirma Antonio Graffi, diretor de Comunicação da Cobap. “Vamos fazer pressão logo na reabertura dos trabalhos do Congresso”, completa ele, que considera 2010 um ano propício e já começa a organizar audiências com aspirantes a um cargo político de todo o país visando obter compromisso dos candidatos do pleito deste ano.

Com o fim do recesso parlamentar e volta dos trabalhos, na próxima segunda-feira, dia 8, a Cobap pretende iniciar a pressão já na primeira sessão do ano do Senado, levando vários aposentados para pressionar os parlamentares. Na noite da última terça-feira, a TV Câmara também exibiu um debate entre especialistas do assunto, como os deputados Pepe Vargas e Arnaldo Faria de Sá, além de Warley Martins, presidente da Cobap.

Atualmente três proposições de interesse direto dos aposentados tramitam no Congresso. O mais importante é o PL 4434/08, que recompõe as perdas dos aposentados que ganham mais de um salário mínimo, projeto que é defendido, inclusive pelo presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Sudoeste do Paraná, Aécio Araújo, que fala de uma manobra do governo federal visando equilibrar as aposentadorias dos dependentes do INSS. “Muitos contribuem sobre dez salários e quando vai se aposentar se aposenta com cinco”, diz. “Com isso a ideia do governo é fazer com que em dez, 15 anos, todo mundo ganhe um salário mínimo”, denuncia Aécio, que mostra números que comprovam isso. Somente neste último reajuste, estima-se que 250 mil aposentados que ganhavam acima de um salário passaram a receber o valor mínimo do benefício.

Outro projeto de interesse direto da categoria é o PL 01/07, que propõe o mesmo reajuste para quem ganha um salário e para os que ganham acima de um salário mínimo. Também há o projeto de lei 3299/07, que contempla o fim do fator previdenciário, inimigo público dos aposentados. “Enquanto existir o fator previdenciário, conforme a idade e o tempo de contribuição, o aposentado chega a perder até 50% do valor que contribuiu”, explica Antonio Graffi.

Para que a pressão em cima do Congresso tenha aderência da classe, visitas estão sendo feitas pelo diretor de Comunicação da Confederação Brasileira dos Aposentados e pelo pré-candidato a presidente da Federação dos Aposentados e Pensionistas do Paraná, Paulo Pereira, às 18 associações da classe no estado. Tudo isso visando garantir com que a luta dos que já contribuíram muito com a construção do país seja cada vez mais valorizada. (Aqui Sudoeste). 02-02-2010.