O IPCA de junho, de 0,74%, ficou abaixo das previsões do mercado, mas a alta de preços acumulada em 12 meses chega a 6,06%. Com o resultado, o Credit Suisse reviu a expectativa de inflação em julho de 0,60% para 0,64%. No ano, o banco projeta um IPCA acumulado de 6,7%, acima do teto da meta do governo, de 6,5%.
O economista-chefe do Credit Suisse Brasil, Nilson Teixeira, afirma que, embora a inflação em junho tenha sido menor do que a de maio, a alta de preços cai em um ritmo aquém do que se previa. O especialista diz que é grande o risco de maior repasse ao consumidor em razão da alta da inflação dos produtos industriais e alimentícios no atacado no mês passado.
Segundo o banco, neste mês, o preço dos alimentos continua elevado. A inflação de tarifas de telefone fixo e de energia elétrica também devem subir.
A projeção do banco para os preços administrados em julho é de aumento de 0,93%. A estimativa para a inflação desse grupo é de 3,5% em 2008 e de 5,5% no ano que vem.
“Se o preço do petróleo permanecer no atual patamar, vemos uma probabilidade significativa de haver novos reajustes de preços da gasolina e do diesel, provavelmente, ainda neste ano”, diz Teixeira.
O economista do Credit Suisse diz que os IGPs (índices gerais de preços) devem continuar acima de 10% ainda por “muitos meses”, o que aumenta a chance de repasses ao consumidor. Os índices são indexadores de preços administrados -reajustes de aluguéis e serviços, por exemplo, estão atrelados ao IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado).
Em relação aos IGPs, no entanto, o banco diz que deve haver uma leve redução em julho com a menor alta prevista nos preços da carne, do feijão, do aço e do óleo diesel e a queda de preço do arroz. A projeção para o IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) é de 1,45% neste mês e de 15,2% no acumulado em 12 meses. (Guilherme Barros – Folha de S.Paulo) .

Fonte: Diário Abrapp