O tema “Reflexos da redução das taxas de juros para os fundos de pensão na visão do mercado” despertou o interesse dos participantes que praticamente lotaram o auditório do Banestes para ouvir a palestra Foi uma hora e meia de explicações e esclarecimentos sobre o novo cenário que os fundos de pensão brasileiros estão vivendo e, em especial, a situação da BANESES.

O consultor Jorge João da Silveira Sobrinho, da Consultoria Mercer, começou afirmando que acabou o tempo em que se ganhava dinheiro fácil. O cenário agora é o de juros mais baixos, com menores ganhos; e a previdência complementar vai ter que se ajustar, vai ter que passar por uma mudança completa.

A recente imposição do governo para que a taxa de juros da meta atuarial dos fundos caia de 6 para 4,5 % até 2018, reflete diretamente na rentabilidade do plano de cada entidade. Além disso, o aumento da longevidade vai forçar os planos a pagar benefícios por mais tempo

Os reflexos desses fatos recaem diretamente nos fundos de pensão e, consequentemente, sobre cada participante. As reservas de poupança de cada um serão impactadas podendo chegar a consumir até 20% das reservas matemáticas.

Diante do quadro, o consultor apresentou duas possibilidades para que cada participante minimize a redução de seu benefício na aposentadoria: aumentar a contribuição a partir de agora ou postergar a aposentadoria, trabalhar mais. Sem praticar uma ou as duas opções, é certo que o benefício na aposentadoria será menor.

“O cenário agora é de redução de ganho. Isso é inevitável. Antes 52% da reserva do participante no fundo era composta pela contribuição dele e 48% vinham dos rendimentos do dinheiro aplicado. Agora, só alcançaremos cerca de 27% em rendimentos. E não se esqueçam de que vamos viver mais”, afimou o consultor.

Novo Cenário

Finalizando sua apresentação, o consultor Jorge João fez questão de ressaltar que estamos diante de um novo cenário, com muitos riscos e inflação alta. Segundo ele, não temos caminho mágico. O participante vai ter que contribuir, pelo menos, por mais cinco anos para manter o benefício previsto na simulação feita em 2012.

Aos administradores dos fundos de pensão cabem buscar novas formas de investimentos e aumentar a comunicação com seus participantes para que eles se mantenham informados.

O encontro chegou ao fim com os participantes sugerindo novas oportunidades como essa. E que, com certeza, irão se repetir.