O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu assumir pessoalmente as negociações do reajuste das aposentadorias e pensões do INSS. Lula não participou da reunião marcada para sexta, dia 6, com deputados federais e os ministros José Pimentel (Previdência) e Luiz Dulci (Secretaria da Presidência) para tratar do assunto. Henrique Fontana (PT-RS), Pepe Vargas (PT-RS), Cândido Vaccarezza (PT-SP), Ricardo Berzoini (PT-SP) pretendem se reunir com o presidente na segunda ou na terça-feira e tentar uma solução para o aumento. Os ministros, porém, só se pronunciam depois do encontro.
Há informações de que o presidente planeja manter a proposta de conceder reajuste que combine a inflação oficial mais a metade da variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Mas Lula não quer fechar acordo somente com a Força Sindical e a CUT. Ele pretende obter o suporte político de todas as demais centrais, fechadas com a Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap) que, por sua vez, insiste na aprovação do PL 01/2007.
De autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), emenda ao projeto prevê a concessão de reajuste igual para todos no INSS. Nesse caso, eles teriam a variação cheia do PIB. A diferença é que o percentual passaria de 6% para 12%. Em 2011, o aumento real em jogo passa de 0,5% para 1%, mais a inflação.
As cenas que foram vistas nas duas últimas semanas na Câmara tendem a se repetir. A reunião dos deputados petistas em Brasília em plena sexta-feira dá o tom das preocupações do governo: a pressão de aposentados deitados pelo chão e de costas para os parlamentares nas galerias exigindo a votação do PL. O governo promete manter estratégias para impedir que isso aconteça. Se houver aprovação, Lula terá que vetar e se desgastar. Estima-se que os gastos como reajuste batam R$ 6,9 bilhões ano que vem. (O Dia Online)