Os fundos de investimento voltados para a aposentadoria, sejam de pensão ou de previdência privada, serão impactados pelas turbulências do mercado financeiro. Depois de ter um ano de ganhos, que acompanharam a alta do mercado de ações, a previsão para 2008 é que os ganhos se reduzam – ou até mesmo se transformem em perdas. Esses fundos deverão migrar para renda fixa, temendo as oscilações da Bolsa, mas as aplicações baseadas nos juros não devem ter rendimento tão atrativo, já que as taxas devem ficar estáveis ou subir modestamente.
Esse quadro vai representar uma reversão em relação ao que aconteceu no ano passado. Os fundos tiveram, em 2007, um ano bastante positivo, puxados principalmente pela parcela aplicada em renda variável. Isso porque cada fundo tem um perfil que varia do conservador ao arrojado dependendo da participação da renda fixa ou variável. Entretanto, a parcela aplicada em ações não pode ultrapassar 49% da composição, já que o objetivo desse investimento é poupar recursos para projetos a longo prazo.
Com a instabilidade nas bolsas mundiais, porém, a perspectiva é que a participação em ações ceda espaço para ativos da renda fixa. “Acredito que os gestores já devem ter feito essa migração em meados de dezembro, com a sinalização da crise” avalia o consultor financeiro Silvio Paixão, sócio do portal Dr. Previdência. Outra alternativa é a diversificação da carteira com ações de caráter defensivo e menos voláteis ao sobe-e-desce das bolsas.
Os fundos balanceados, que mesclam ações e renda fixa, podem ter rendimentos superiores aos da caderneta de poupança e até aos fundos de investimento populares, cuja aplicação mínima é até R$ 5 mil. Maior rentabilidade depende da gestão e das taxas que podem comprometer os ganhos. Seja de pensão ou de previdência privada, ambos cobram taxas de administração, mas os produtos privados contam ainda com a taxa de carregamento. Para se ter uma idéia, nos fundos de previdência complementar, a taxa de administração pode variar de 1,0% a 4,0% enquanto as alíquotas de carregamento variam de 1,0% a 5,0%, conforme o valor das contribuições e reservas acumuladas cobradas por cada banco.
Fundos de pensão – Os fundos de pensão tiveram ganhos acumulados de 18,81% no ano, até novembro, chegando a R$ 412,7 bilhões, de acordo com os dados da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp). Este percentual significou um retorno de 191% sobre a meta atuarial medida com base no INPC mais 6% ao ano, o que trouxe ganhos da ordem de 90% aos investidores. Essa alta rentabilidade está relacionada à parcela da renda variável, em torno de 33%, bem menor se comparada ao porcentual de 56% da renda fixa em novembro.
Entretanto, por conta da instabilidade nos mercados financeiros, os fundos de pensão apresentaram queda nos ganhos em novembro. Naquele mês, a rentabilidade estimada ficou negativa em 0,25%, resultado da queda de 2% na carteira de renda variável. Já na renda fixa, a variação foi positiva em 0,65%. A carteira totalizou R$ 412,7 bilhões, o que representa um ganho de cerca de R$ 60,5 bilhões ao longo de todo o ano passado. Ainda segundo os dados da entidade, os ativos totais somaram R$ 434,3 bilhões, equivalentes a 17,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Fonte: AssiPrevi