Com apenas mais um pregão para o encerramento de julho, a bolsa brasileira conseguiu breve espaço para recuperação hoje, dia 29. Mas na semana, no mês e no ano, naturalmente, não conseguiu reduzir de forma representativa as perdas já acumuladas.
A retomada técnica teve como impulso dados mais forte que o previsto da economia americana, mas o pano de fundo para a atuação dos investidores continuou a ser a demora nas discussões políticas para “salvar” o país de um default.
No Brasil, a valorização das “blue chips” atreladas às commodities ajudou o Ibovespa a avançar 0,72%, aos 58.708 pontos. Na máxima do dia, o índice subiu 1,5% e testou novamente os 59 mil pontos. O giro financeiro atingiu R$ 5,669 bilhões.
Na semana, o índice recua 2,6% e, em julho, 5,9%, na pior perda mensal desde maio de 2010 (-6,6%). No acumulado de 2011, a queda é ainda maior, de 15,3%.
No mercado americano, as bolsas perderam força ao fim do pregão e as principais fecharam em queda. O índice Dow Jones caiu 0,51%, na quinta baixa seguida, e o S&P 500 recuou 0,32%. Já o Nasdaq ganhou apenas 0,05%.
Por lá, a agenda do dia mostrou que os pedidos semanais de seguro-desemprego e as vendas pendentes de imóveis de junho tiveram desempenho melhor que as expectativas.
Os indicadores, contudo, geram alívio muito de curto prazo, já que, até o momento, republicanos e democratas não conseguiram entrar em um acordo para elevar o teto da dívida americana e eliminar de vez o risco de calote.
O gestor de renda variável da Máxima Asset Management, Felipe Casotti, ressalta que a tendência de alta do mercado brasileiro não foi estabelecida e assinala que a aproximação do prazo final para a discussão da dívida dos Estados Unidos só estimula o aumento da cautela.
Dos principais giros da Bovespa, Vale PNA (0,91%, a R$ 46,27) movimentou R$ 497 milhões antes da divulgação do balanço trimestral, e Petrobras PN (-0,38%, a R$ 23,50) teve volume de R$ 406 milhões.
Dentro do Ibovespa, as principais altas partiram das ações LLX ON (5,39%, a R$ 4,30), Hypermarcas ON (4,86%, a R$ 11,85) e Souza Cruz ON (2,93%, a R$ 19,3). Além disso, Redecard ON avançou 5%, a R$ 26,25, diante da recepção positiva do mercado aos números do segundo trimestre.
Já as maiores quedas ficaram com os papéis Brasil Telecom PN (-2,12%, a R$ 12,92), Light ON (-2,52%, a R$ 28,19) e Braskem PNA (-2,83%, a R$ 18,85). (Beatriz Cutait – Valor)