A produção florestal brasileira sempre esteve vinculada aos investimentos da indústria de transformação. Nos últimos seis anos, esta situação começou a se modificar com a entrada no país de produtores independentes, as chamadas Timos (Organizações de Gerenciamento de Investimento em Área Florestal) que representam interesses de investidores institucionais, como fundos de pensão e gestores de grandes fortunas. As Timos são responsáveis por aproximadamente 80%da produção florestal nos Estados Unidos. No Brasil, já respondem por 20%. “Em um prazo de 10 a 15 anos, elas responderão por 60% da oferta nacional”, diz o consultor Márcio Funchal, da Consufor.

Três movimentos devem impulsionar esta expansão das TIMOs no mercado brasileiro. Primeiro, o aumento do interesse de fundos de investimentos estrangeiros no país, atraídos pela alta produtividade florestal nacional e a crescente demanda impulsionada por investimentos industriais na área de celulose e placas de madeira.

O segundo é o despertar do interesse pelo setor entre os investidores brasileiros, em consequência da redução das taxas básicas de juros e a estabilidade econômica. “O investidor institucional está descobrindo que floresta plantada é um negócio de baixo risco e de rentabilidade atraente”, diz Funchal. No mercado, calcula-se um retorno sobre o investimento de aproximadamente 10% ao ano.

Com isso, as primeiras Timos brasileiras começam a surgir, como a Florestal Brasil, que administra os interesses dos fundos de pensão da Petrobras e da Caixa, e a Amata, que administra recursos de investidores independentes interessados em projetos de reflorestamento de áreas degradas no Norte do país. O terceiro movimento é uma mudança no perfil de atuação das Timos. Originalmente, e é assim que elas atuam nos EUA, estas organizações investem basicamente em florestas já formadas, adquiridas de empresas que acabarão comprando a produção final para uso industrial. (Brasil Econômico). 11-02-2010