Rio – A população brasileira chegou em 2008 a 189,6 milhões de habitantes, mas cresce em ritmo cada vez menor devido à queda nas taxas de fecundidade. Com isso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está revendo suas estimativas e antecipou a data em que prevê que a população começará a cair. Em vez de 2062, a nova projeção aponta que isso ocorrerá até 2040.
Os números definitivos da nova projeção oficial serão divulgados apenas em novembro, mas sexta-feira, ao divulgar as estimativas populacionais de 2008, os técnicos do instituto adiantaram que o novo teto populacional ficará entre 217 milhões e 220 milhões de habitantes ao final da década de 2040.
A estimativa antiga apontava que a população ultrapassaria 260 milhões de pessoas e só depois diminuiria, em 2062. A revisão nas estimativas oficiais foi necessária por causa da queda mais intensa do que a prevista nas taxas de fecundidade.
As últimas pesquisas do IBGE e do Ministério da Saúde já indicam que o número médio de filhos por mulher está abaixo de 2, ou seja, inferior ao nível de reposição populacional. Essa queda mais acentuada do que a prevista fez com que o instituto revisasse seu limite de queda projetado para a fecundidade. Em vez de 1,85 filho por mulher, agora o IBGE trabalha com a taxa de 1,5.
Revisões constantes
Luiz Antônio Oliveira, coordenador de População e Indicadores Sociais do IBGE, explica que essas revisões são constantes e que, no passado, o ritmo mais intenso de queda de fecundidade já havia superado estimativas antigas. “Em 1970, a fecundidade estava no patamar de 5,8 filhos por mulher. A partir do censo daquele ano, as estimativas indicavam que a população ficaria em 2000 entre 201 milhões e 221 milhões. A população recenseada em 2000, no entanto, ficou em torno de 170 milhões, ou seja, 30 milhões a menos que a estimativa menos conservadora”, afirmou.
Políticas públicas
O objetivo de atualizar constantemente essas estimativas é ajudar o País a adequar suas políticas públicas ao tamanho da população.
Uma fecundidade mais baixa, aliada ao aumento da expectativa de vida, significa que a população idosa será proporcionalmente cada vez maior, o que tem impacto direto em políticas de saúde, aposentadoria e no mercado de trabalho, por exemplo.
As novas projeções do IBGE serão feitas levando em conta estimativas de população não contada no censo de 2000 e na contagem populacional do ano passado.
Para 2007, por exemplo, o instituto estima que de 1,7% a 3,4% da população não foi contabilizada. Juarez de Castro Oliveira, do IBGE, afirma que é comum os censos, em todo o mundo, apresentarem alguma omissão e que as taxas brasileiras não diferem muito das verificadas em outros países.
Sexta-feira, o IBGE divulgou também suas estimativas populacionais para cada município brasileiro. O Estado de São Paulo, mais uma vez, apresentou a maior cidade do País – São Paulo, com quase 11 milhões de habitantes – e a menor – Borá, com apenas 834.
As estimativas para 2008 foram feitas com base no Censo de 2000 e na contagem populacional de 2007. Elas são parâmetro para o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar a parcela que cabe a cada prefeitura no Fundo de Participação dos Municípios.