SPC disseminará Educação PrevidenciáriaUma pesquisa nacional sobre o nível atual de educação financeira da população brasileira demonstrou que 84% das pessoas pesquisadas revelaram não possuírem qualquer tipo de investimento, por não contabilizarem sobras de dinheiro, ao final do mês. Outros 36% se declararam gastadores, mas 44% disseram poupar todo mês. Entretanto, 26% admitiram estar com o nome sujo no Serviço de Proteção ao Crédito ou no Serasa, e 17% desse último percentual vão esperar a dívida caducar.
Encomendada pelo grupo de trabalho responsável pela Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef), essa pesquisa nacional foi feita nos meses de agosto e setembro deste ano, envolvendo 1 mil 809 pessoas nas seguintes capitais: Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife e Porto Alegre. Tais dados foram revelados durante o 29º Congresso Brasileiro de Fundos de Pensão, na palestra “Educação Previdenciária: Conheça sua Importância”, feita pela coordenadora-geral Patrícia Cerqueira Monteiro, da Secretaria de Previdência Complementar (SPC) do Ministério da Previdência Social. A SPC, juntamente com o Banco Central, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Susep integram esse GT de Educação Financeira.
A pesquisa, destinada a medir o grau de educação financeira dos brasileiros, mostrou também que existe uma nítida preferência pelo consumo, em detrimento da poupança, por parte dessa parcela da população, mas, por outro lado, 31% declararam poupar regularmente para a aposentadoria. E no que se refere à previdência complementar, 13% disseram possuir um plano de previdência privada.
Para Patrícia Monteiro esses resultados revelam não só o baixo nível de educação financeira da população, como também o apelo dos meios de comunicação para o consumo, aliado a um fácil acesso ao crédito e o aumento na expectativa de vida das pessoas.
EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA – Outra constatação feita pela técnica da Secretaria de Previdência Complementar foi que, diante do nível de educação financeira demonstrado pela pesquisa, a população brasileira deverá, necessariamente, ser conscientizada para a importância da previdência em suas vidas. Por isso, a Educação Previdenciária será parte integrante da Estratégia Nacional de Educação Financeira, a ser implantada no país.
Partindo do princípio que o tema previdência é um produto de entendimento complexo, até porque possui conceitos próprios e variáveis de difícil previsibilidade, caberá à Secretaria de Previdência Complementar do Ministério da Previdência Social montar sua própria estratégia para conscientizar os brasileiros sobre a importância. Dentre as ações programadas pela Secretaria de Previdência Complementar estão: publicação e distribuição de cartilhas; desenvolvimento e divulgação de cursos à distância; realização de cursos e palestras em universidades e associações; incentivos às entidades fechadas de previdência complementar, patrocinadores e instituidores, para que desenvolvam educação financeira e previdenciária; e mobilização dos servidores da Secretaria, para que sejam disseminadores da Educação Financeira.
Mas nesse trabalho a ser levado a efeito pela SPC, e diante dos números e fatos apresentados, alguns cuidados devem ser tomados, segundo Patrícia Monteiro: o conteúdo e a forma dessa educação previdenciária devem ser adaptados aos diversos públicos alvos; a linguagem deve ser fácil e sem jargões, e, nesse contexto, se levará em consideração a necessidade de uma alfabetização financeira e a introdução de conceitos gerais de previdência, especialmente sobre o regime geral, sobre a entidade à qual estará filiada a pessoa em causa e sobre o plano de benefícios. (Zenaide Azeredo – SPC/AssPreviSite)