Ontem, dia 07, ao fazer um apelo para que os deputados aprovem o projeto que cria o fundo de previdência complementar do servidor público, o ministro Garibaldi Alves (Previdência) disse que a manutenção do atual sistema é uma “tragédia anunciada”, um “abacaxi”.

Afirmou ainda que se o modelo previdenciário continuar como está, o cenário brasileiro “não será menos traumático” do que acontece em alguns países da Europa.

Ele citou a ministra do Trabalho da Itália, que “pateticamente” chorou ao anunciar as medidas de austeridade tomadas naquele país. “Por que esperar por isso? Isso é uma tragédia anunciada, no sentido administrativo e político, ou nós tomamos providência no campo da previdência do nosso país, ou nos veremos diante de uma situação muito difícil”, afirmou.

Alves também levantou a possibilidade de, no futuro, a União não conseguir pagar seus aposentados. “Um país não pode continuar sob pena de dizer: não vai pagar as aposentadorias e pensões… sem ser dramático, mas sendo realista”, disse. “Se a previdência continuar como está, ela será um abacaxi ontem hoje e sempre.”

Alves participa de comissão geral no plenário da Câmara, ao lado de deputados e demais técnicos da área econômica do governo. Eles debatem o projeto sobre que cria o novo fundo complementar para os servidores e que deve ser votado na próxima terça-feira (13) na Casa.

A polêmica sobre o índice máximo a ser aportado no fundo, no entanto, ainda continua. O governo quer 7,5% e deputados da própria base aliada à presidente Dilma Rousseff no Congresso, falam em 8,5%.

O ministro, que foi além e defendeu uma ampla reforma previdenciária, acredita na aprovação do texto mesmo assim.  (Folha Online/O Documento).